Quando olhamos para o mundo desenvolvido, temos clareza de onde queremos chegar. Invejamos países onde quase não há pobreza, em que a grande maioria das pessoas tem uma vida bastante confortável. Onde é seguro andar nas ruas e todos têm acesso, de uma forma ou outra, a serviços considerados básicos, como saúde e educação.
Se queremos que o Brasil seja assim um dia, precisamos discutir exaustivamente os caminhos para se chegar lá. Recentemente, tivemos o prazer de receber, na Fecomércio-RS, o ex-ministro e economista Paulo Guedes, buscando relembrar ideias sobre prosperidade e caminhos para o Brasil.
Existem duas coisas básicas que a experiência internacional e os estudiosos do assunto nos ensinam. A primeira é a importância da liberdade, pois o motor do progresso é a iniciativa diária de pessoas e empresas buscando gerar valor. E o funcionamento desse motor depende muito das condições em que ele trabalha. Um ambiente de negócios favorável, em que o Estado garante premissas básicas, como direitos de propriedade e igualdade de oportunidades, e, ao mesmo tempo, não cria empecilhos e facilita a rotina de indivíduos e empresas, é fundamental.
A segunda é um Estado que, independentemente de seu tamanho, caiba dentro de suas receitas e que funcione de modo eficiente, provendo, sem necessariamente produzir, serviços básicos ao menor custo possível à população. Por isso, precisamos buscar o reequilíbrio fiscal e uma Reforma Administrativa para o Estado brasileiro. O endividamento crescente do Governo Federal é insustentável e pode gerar crise e/ou aumento severo de carga tributária em breve. Além disso, está sugando e encarecendo o funding para nossas empresas. Por outro lado, as leis que regem a administração pública, com estabilidade ampla para funcionários, ausência de avaliação de desempenho e salários completamente desalinhados com o mercado, inibem sua eficiência.
Essas bandeiras devem ser obsessões para nós. Dizem que para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve. Nós sabemos onde queremos chegar. Agora precisamos trilhar o caminho!
Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn
