
Em outubro de 2024, o estoque total de crédito (incluindo recursos livres e direcionados) do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em termos nominais variou 0,7% em relação ao mês anterior. Esse resultado decorre da alta de 0,2% no saldo de crédito com recursos livres – tipo de crédito que tem taxas negociadas diretamente entre banco e os tomadores e que corresponde a 58,0% do saldo total de crédito no SFN – e de 1,4% no saldo dos recursos direcionados – que tem taxas e destinação regulamentadas e responde por 42,0% do saldo total de crédito. Em relação a outubro do ano anterior, a expansão nominal do saldo foi de 10,8%, resultante da aceleração no estoque dos recursos livres, de 9,9% em setembro de 2024 para 10,2% em outubro de 2024, e da aceleração nos recursos direcionados de 11,5% para 11,7%.
Quanto às novas concessões (novas contratações de empréstimos), houve alta de 1,4%, na série com ajuste sazonal, na passagem de setembro para outubro, com queda nas concessões com recursos livres (-0,2%), enquanto as concessões com recursos direcionados tiveram aumento de 7,1%, todos resultados nominais. Quanto à taxa média de juros, nas operações com recursos livres a taxa ficou em 40,2% em outubro (39,9% a.a. em setembro de 2024 e 42,0% a.a. em outubro de 2023), sendo 52,4% a.a. para pessoas físicas (52,4% em setembro de 2024 e 55,1% em outubro de 2023) e 21,4% a.a.. para pessoas jurídicas (20,6% em setembro de 2024 e 23,0% em outubro de 2023). Já a taxa média com recursos direcionados foi de 10,75% (10,0% a.a. em setembro de 2024 e 10,6% a.a. em outubro de 2023).
Em relação à inadimplência, a taxa foi de 4,4% para operações com recursos livres (4,5% em setembro de 2024 e 4,9% em outubro de 2023), resultado das taxas de 5,5% entre empréstimos às famílias (5,6% em setembro de 2024 e 5,9% em outubro de 2023) e de 2,9% nos empréstimos realizados às empresas (2,9% em setembro de 2024 e 3,5% em outubro de 2023). No crédito com recursos direcionados, a inadimplência foi de 1,6% (1,5% em setembro de 2024 e 1,5% em outubro de 2023), sendo 1,6% para pessoas físicas (1,6% em setembro de 2024 e 1,5% em outubro de 2023) e 1,4% para pessoas jurídicas (1,4% em setembro de 2024 e 1,6% em outubro de 2023).
Os dados do SFN indicam que o saldo de crédito acelerou novamente em outubro, mantendo-se com crescimento acima de 10% e aceleração tanto para crédito livre e crédito direcionado. Nos novos empréstimos, fica evidente a forte expansão em relação a outubro do ano passado nas duas modalidades. Na margem, no entanto, nota-se que o resultado foi puxado pelos recursos direcionados, com forte expansão às PJ nos empréstimos do BNDES para financiamento a investimentos, e também na rubrica que concentra as modalidades como Pronampe, FGI Peac, além de composição de dívidas. Não sem motivo a participação do saldo de crédito com recursos direcionados avançou quase 2% da participação crédito total desde o início de 2023, mantendo o alerta ligado para seu impacto na taxa neutra da economia que, ao exigir juros maiores para o equilíbrio, demanda que a política monetária seja ainda mais dura para conter a inflação.