PNAD Contínua mostra um retrato do mercado de trabalho gaúcho antes da tragédia das enchentes
21/05/2024
Economia
PNAD Contínua mostra um retrato do mercado de trabalho gaúcho antes da tragédia das enchentes

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua Trimestral), do IBGE, a taxa de desocupação média do Rio Grande do Sul foi de 5,8% no primeiro trimestre de 2024, registrando aumento em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando tinha sido de 5,2%. No primeiro trimestre de 2023, a taxa de desocupação foi de 5,4%, mas mesmo assim, do ponto de vista estatístico, foi considerado estável. Com esse resultado, o RS a sexta menor taxa de desocupação. Apesar da boa colocação no ranking nacional, ainda ficou atrás de Santa Catarina (em terceiro, com desocupação de 3,8%) e Paraná (em quarto, com 4,8%). A taxa de participação na força de trabalho também ficou estável na comparação ao mesmo período de 2023, alcançando 66,0%.


O contingente total de ocupados variou -0,9% na comparação com o trimestre anterior (variação sem significância estatística), enquanto os desocupados registraram aumento de 12,0% nessa mesma comparação. A força de trabalho variou -0,2% (estabilidade). Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a variação dos ocupados foi de -0,5% (estável), enquanto o contingente de desocupados (364 mil), por sua vez, registrou variação de 8,1%, o que de acordo com a divulgação não tem significância estatística. As taxas de população subocupada e de desalentados na relação com o trimestre terminado em dez/23 ficaram estáveis (considerando a significância estatística). A população fora da força de trabalho também apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior. 


O rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas foi de R$ 3.386 no primeiro trimestre de 2024, tendo estabilidade (0,7%, sem significância estatística) em relação ao trimestre anterior e variação de 2,9% (sem significância estatística) frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real atingiu o montante de R$ 19,6 bilhões, o que representou estabilidade na comparação com o último trimestre de 2023 (0,2%, sem significância estatística) e também na comparação com o trimestre encerrado em dez/23 (3,9%, sem significância estatística). 


Os dados mostram o panorama do mercado de trabalho antes da tragédia das enchentes que abalaram o RS. No estado, a área afligida pelas enchentes, considerando municípios atualmente em estado de calamidade e de emergência, responde por 85,7% da população do estado e 85,0% dos vínculos formais. Quando restrito apenas aos municípios em calamidade, os números ainda são muito significativos: 38,4% da população e 48,3% dos vínculos formais. É razoável esperar que haja um aumento relevante da população desocupada, especialmente, nos próximos dois trimestres. Os impactos sobre a desocupação, porém, dependerão das medidas governamentais de apoio à manutenção do emprego. Somente a título de comparação, o número de desocupados no RS passou de 529 mil desocupados no primeiro trimestre de 2020 (último trimestre antes da pandemia) e alcançou o pico de 601 mil no terceiro trimestre de 2020. Nesse período, a taxa de desocupação passou de 8,5% para 10,5%. 

 


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