![O varejo precisa se reinventar mais rapidamente](https://api.senacrs.com.br/bff/site-fecomercio/v1/file/55eccb28260a1e5275a8ae4098b9a46eeca8bf.jpg)
“O varejo precisa se reinventar mais
rapidamente do que no passado”. Este foi um dos pontos destacado pelo coordenador
de Varejo do Sebrae-RS, Fabiano Zortéa, no encontro que trouxe as principais
tendências do varejo discutidas no maior evento do mundo sobre o tema, a NRF
Reatail’s Big Show 2023.
Zortéa iniciou sua palestra falando sobre as
tendências do varejo mundial, mas aplicando as mesmas nos pequenos negócios. “É
preciso sair de dentro da empresa para ver experiências. Precisamos entender as
novas demandas do consumidor”. A palestra do especialista abordou quatro eixos
principais: o varejo local, a audiência digital, a jornada híbrida e novas
funções.
No primeiro, Zortéa contextualizou o momento
atual, consequência da pandemia, onde houve uma migração. Muitas marcas saíram
dos grandes centros para os bairros e com operações menores. “O remoto acelerou
esse processo, onde precisamos nos aproximar, conhecer os nossos vizinhos, suas
dores e valores. Fazer parte do que acontece”. Na audiência digital, o
palestrante falou sobre a conexão do real com o virtual, do fluxo para as lojas
físicas e como transmitir os valores das marcas. “Não precisamos ser grandes
redes para inovar. Podemos fazer isso
sem investimentos altos. Isso é eficiência operacional. O varejo também é
entretenimento e neste caso os dois canais, físico e digital, se complementam”.
A conexão emocional também foi destaque. Zortéa
falou sobre a importância de se conectar com o cliente, oferecendo uma
experiência, um serviço agregado. “O desafio é, justamente, fazer os gatilhos
de forma mais criativa. “Varejo é qualquer ponto de contato com o consumidor”.
Por fim, a jornada híbrida e as novas funções foram
os assuntos explorados. “Mudamos o jeito de viver. Os consumidores aprenderam
que podem exigir mais das marcas”. Trazendo exemplos locais e internacionais,
Zortéa mostrou a importância da tecnologia como elemento agregador nessa
jornada e de mapear os pontos de contato para quem a empresa vende. Citou como
exemplo de uso da tecnologia, a realidade aumentada e o QR Code e, também, enfatizou
a necessidade de alinhar os processos com quem está na ponta.
Após a palestra, o evento ainda contou com
três painéis que abordaram tópicos como o serviço agregado, experiência em loja
física e revenda, e contaram com a participação de integrantes da comitiva da
Fecomércio-RS que acompanhou a NRF.
O primeiro, mediado pela gerente de marketing
da Federação, Simone Barañano, contou com participação do vice-presidente da Federação,
Joel Dadda e da diretora do Senac Gramado, Daniela Barbosa. Na ocasião, eles
falaram sobre a importância de estar inserido nas comunidades locais e da venda
de um serviço agregado. Por meio de relatos de visitas realizadas, puderam
apresentar cases de empresas que proporcionam experiência ao cliente por meio
de lojas físicas, mas também geram conexão e conteúdo utilizando os canais
digitais.
Já no segundo painel, mediado pela jornalista
Patrícia Comunello, o vice-presidente Ademir José da Costa, juntamente com a
diretora do Senac Lajeado, Etiene Azambuja, falaram sobre a experiência do
cliente. O grupo falou que com a pandemia muito se investiu em tecnologia,
porém é essencial investir nas pessoas, pois elas são as responsáveis por
trazer o cliente para a loja, por fazer esse contato e levar as informações
para os consumidores.
No terceiro e último painel, o conteúdo foi sobre
a revenda. Mediado pela gerente de certificações da entidade, Neusa Machado e
com a participação dos vice-presidentes André Roncatto e Gilmar Bazanella, o
grupo falou sobre este novo perfil de consumidor.
Bazanella apresentou uma pesquisa sobre a
revenda de produtos, a qual mostrava o perfil desse consumidor e o quanto esse
mercado movimenta no mundo. “Em 2021, o nicho movimentou 36 bilhões de dólares
em mercadorias. E a tendência é que este valor dobre até 2026”.
Dados baseados no número de buscas no Google mostram
que, entre 2019 e 2022, o Brasil apresentou um crescimento de 572% em relação
ao interesse por peças de segunda mão. E, segundo dados levantados pelo Sebrae,
comparando o primeiro semestre de 2021 com o mesmo período de 2020, o país teve
um aumento de 48,5% no número de lojas que vendem produtos usados. Os números mostram
que é uma tendência do mercado brasileiro e mundial, tanto que grandes grifes
já estão apostando no segmento.
Rocatto e Bazanella acreditam que os pequenos
empresários podem aplicar essas e outras tendências, justamente por serem
menores e estarem mais próximos do consumidor.
O evento aconteceu na sede da Fecomércio-RS e
contou com um público de aproximadamente 400 pessoas.