O varejo precisa se reinventar mais rapidamente
20/03/2023
Inovação
O varejo precisa se reinventar mais rapidamente


“O varejo precisa se reinventar mais rapidamente do que no passado”. Este foi um dos pontos destacado pelo coordenador de Varejo do Sebrae-RS, Fabiano Zortéa, no encontro que trouxe as principais tendências do varejo discutidas no maior evento do mundo sobre o tema, a NRF Reatail’s Big Show 2023.

Zortéa iniciou sua palestra falando sobre as tendências do varejo mundial, mas aplicando as mesmas nos pequenos negócios. “É preciso sair de dentro da empresa para ver experiências. Precisamos entender as novas demandas do consumidor”. A palestra do especialista abordou quatro eixos principais: o varejo local, a audiência digital, a jornada híbrida e novas funções.

No primeiro, Zortéa contextualizou o momento atual, consequência da pandemia, onde houve uma migração. Muitas marcas saíram dos grandes centros para os bairros e com operações menores. “O remoto acelerou esse processo, onde precisamos nos aproximar, conhecer os nossos vizinhos, suas dores e valores. Fazer parte do que acontece”. Na audiência digital, o palestrante falou sobre a conexão do real com o virtual, do fluxo para as lojas físicas e como transmitir os valores das marcas. “Não precisamos ser grandes redes para inovar.  Podemos fazer isso sem investimentos altos. Isso é eficiência operacional. O varejo também é entretenimento e neste caso os dois canais, físico e digital, se complementam”.

A conexão emocional também foi destaque. Zortéa falou sobre a importância de se conectar com o cliente, oferecendo uma experiência, um serviço agregado. “O desafio é, justamente, fazer os gatilhos de forma mais criativa. “Varejo é qualquer ponto de contato com o consumidor”.

Por fim, a jornada híbrida e as novas funções foram os assuntos explorados. “Mudamos o jeito de viver. Os consumidores aprenderam que podem exigir mais das marcas”. Trazendo exemplos locais e internacionais, Zortéa mostrou a importância da tecnologia como elemento agregador nessa jornada e de mapear os pontos de contato para quem a empresa vende. Citou como exemplo de uso da tecnologia, a realidade aumentada e o QR Code e, também, enfatizou a necessidade de alinhar os processos com quem está na ponta.

Após a palestra, o evento ainda contou com três painéis que abordaram tópicos como o serviço agregado, experiência em loja física e revenda, e contaram com a participação de integrantes da comitiva da Fecomércio-RS que acompanhou a NRF.

O primeiro, mediado pela gerente de marketing da Federação, Simone Barañano, contou com participação do vice-presidente da Federação, Joel Dadda e da diretora do Senac Gramado, Daniela Barbosa. Na ocasião, eles falaram sobre a importância de estar inserido nas comunidades locais e da venda de um serviço agregado. Por meio de relatos de visitas realizadas, puderam apresentar cases de empresas que proporcionam experiência ao cliente por meio de lojas físicas, mas também geram conexão e conteúdo utilizando os canais digitais.

Já no segundo painel, mediado pela jornalista Patrícia Comunello, o vice-presidente Ademir José da Costa, juntamente com a diretora do Senac Lajeado, Etiene Azambuja, falaram sobre a experiência do cliente. O grupo falou que com a pandemia muito se investiu em tecnologia, porém é essencial investir nas pessoas, pois elas são as responsáveis por trazer o cliente para a loja, por fazer esse contato e levar as informações para os consumidores.

No terceiro e último painel, o conteúdo foi sobre a revenda. Mediado pela gerente de certificações da entidade, Neusa Machado e com a participação dos vice-presidentes André Roncatto e Gilmar Bazanella, o grupo falou sobre este novo perfil de consumidor.

Bazanella apresentou uma pesquisa sobre a revenda de produtos, a qual mostrava o perfil desse consumidor e o quanto esse mercado movimenta no mundo. “Em 2021, o nicho movimentou 36 bilhões de dólares em mercadorias. E a tendência é que este valor dobre até 2026”.

Dados baseados no número de buscas no Google mostram que, entre 2019 e 2022, o Brasil apresentou um crescimento de 572% em relação ao interesse por peças de segunda mão. E, segundo dados levantados pelo Sebrae, comparando o primeiro semestre de 2021 com o mesmo período de 2020, o país teve um aumento de 48,5% no número de lojas que vendem produtos usados. Os números mostram que é uma tendência do mercado brasileiro e mundial, tanto que grandes grifes já estão apostando no segmento.

Rocatto e Bazanella acreditam que os pequenos empresários podem aplicar essas e outras tendências, justamente por serem menores e estarem mais próximos do consumidor.

O evento aconteceu na sede da Fecomércio-RS e contou com um público de aproximadamente 400 pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

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