Desocupação continua baixa
30/04/2024
Economia
Elaboração: Assessoria Econômica/Fecomércio-RS

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 7,9% no trimestre encerrado em março de 2024. A taxa é a menor para um mês de março desde o trimestre encerrado em março de 2014. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 8,8%. Em relação ao trimestre anterior (encerrado em dezembro de 2023), quando a taxa foi de 7,4%, houve aumento da taxa de desocupação, motivada pelo aumento de pessoas em busca de trabalho. O contingente de desocupados totalizou 8,6 milhões de indivíduos – o que representou uma variação de 6,7% em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023 e uma redução de 8,6% em relação ao trimestre encerrado em março de 2023. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 100,2 milhões de trabalhadores, ocasionando uma variação de -0,8% em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023. Na comparação com o trimestre encerrado em março de 2023, houve aumento de 2,4%.


A taxa de participação foi de 61,9%. Com isso, a taxa de participação se mostrou levemente superior à verificada no mesmo trimestre do ano superior, apesar de ter apresentado redução com relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023. Todavia, na comparação ao pré-pandemia, a taxa de participação se apresenta significativamente menor (63,4%). Considerando a taxa de participação de 63,4%, a taxa de desocupação seria de 10,0%, bastante maior do que os 7,9% registrado atualmente.


O rendimento real médio das pessoas ocupadas foi de R$ 3.123 no trimestre encerrado em março de 2024, crescendo 1,5% em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023 e 4,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com aumento do rendimento médio e do total de ocupados ante o trimestre encerrado em março de 2023, a massa de rendimento real atingiu novo recorde da esteve aumento de 6,6%.


A taxa de desocupação baixa, se por um lado estimula o consumo e age como impulso para as vendas do varejo e de serviços voltados às famílias, por outro continua sendo um dos elementos que mais pressionam a inflação. Os dados mostram que a inflação dos serviços sensíveis à ociosidade é a que mais apresenta resistência. A dificuldade de reduzir de maneira mais intensa a inflação associada à persistente desancoragem das expectativas, especialmente diante dos acontecimentos recentes (cenário externo e perspectivas para as contas públicas), são impeditivos relevantes para uma redução mais intensa da taxa de juros no curto prazo. 


Tags: